Um Verdadeiro Paraíso Perdido no Atlântico

"...POR ISSO EU SOU DAS ILHAS DE BRUMA ONDE AS GAIVOTAS VÃO BEIJAR A TERRA..."

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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

bruma 5

Agora não sei onde pára o cais e começa o armário de maçãs escondidas. Só sei que há uma saudade abarrotada de cheiros da infância.
A criança que um dia sentiu o perfume de um armário de maçãs, a abrir-se, carrega consigo uma vontade-gancho-de-alpinista. E um dia mais tarde, na virada da montanha e quando tudo estiver desmoronando, e quando continuar subindo for mais calvário que desafio, um braço forte que se chama memória-saudade, concretizada nos doces cheiros da infância – esse braço forte será apoio, gancho de alpinista, para deter-se um pouco, só um pouco, apenas o tempo necessário para um suspiro.


Ah! Minha ilha-himalaia, daqui te vejo, te pressinto, te revisito. Estou diante de ti. Protege-me, cobre algumas horas, bem poucas foram, mas tão amargas, tão amargas que estar sozinha foi o mais desesperado desejo dessas bem poucas horas. Negros corvos rondaram por muitos anos essas bem poucas horas. Roçaram as asas num raio de luz e fizeram duras sombras. Quebraram todas as bússolas. Queimaram os remos. Roubaram o vento das velas. Sujaram as asas brancas que estavam por vir. Pisotearam as violetas escondidas no canto úmido do jardim.
Foram longos vinte anos de emparedamento. A alma e o coração de costas e a vida passando azul, dourada, feito alegre sinfonia. O coração e a alma desfilando...de costas.
Do outro lado do oceano, escorregando bem para baixo, num reino cheio de luz, cheio de graça, haveria manhãs, tão bonitas manhãs, mas por enquanto, neste mar de longo, tanta tormenta e tanto dano...

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SALVAÇÃO

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SURSUNM CORDA! (erguei os corações ao alto)