Hora de partir. Cortar as amarras. Recolher a âncora. Arrebentar as raízes.
O berro surdo do navio estourou os diques represados dos emigrantes. Tudo acabado. Não mais gotas de hortências, não mais olhos azuis do velho Catita, não mais armário de maçãs da velha avó, não mais ilha-himalaia.
As sete colinas vão sumindo. Agora são seis e ainda há lenços no cais. São cinco e o rapaz das serras ainda não conseguiu chorar. São quatro e todos são estátuas de pedra. São três e o rapaz das serras grita “ó mãe...” São duas e agora o mar salgado recolhe o lamento úmido dos sem-pátria. Ultima colina e...o mar.
O mar. Céu e mar durante treze dias.
Numa manhã cravada de tanto azul, os emigrantes aportaram a um reino cheio de graça, cheio de luz, onde, naturalmente, muitos encontrariam o seu anjo exterminador de brumas.
A Geraldo Callefe,
meu anjo exterminador de bruma
mariaterezacallefe@yahoo.com.br
291076GERALDO AOS 16 ANOS, IMAGINEM DEPOIS...
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